"Lá vem mais uma legião de bárbaros./ vamos fechar as portas e as janelas,/ antes que queiram saquear de novo!" (Imre Madach, em A Tragédia do Homem, Cena VII)
Mais um weblog para congestionar a grande teia. Teia de aranha global, era como a imprensa chamava a internet em épocas pré-google, pré-youtube, pré-blogs. Era uma tradução romântica a ilustrativa, e eu visualizava uma grande teia mesmo, com uma novidade em cada nó. Hoje a grande teia parece ter um espelho em cada nó, refletindo um pouco de todos nós, e nós nos re-conhecemos nela. E hoje os reflexos são de vestes de luto. Tantos posts, tantos perfis no orkut, tantos apelidos no MSN com "Luto" como título. E a vida segue, anestesiada e (in)conformada com tanta violência. O que fazer? Tenho lido dezenas de matérias e ensaios sobre "o que fazer diante deste quadro". Não sei. Eu lembro do momento em que li a notícia, naquela triste manhã, e penso que aquele momento pré-kitsch, aquela primeira lágrima da surpresa é o único libelo que posso oferecer. E mais nada, além de tentar continuar a sorrir para o próximo, tentar semear compaixão, e torcer e trabalhar por um país que não colecione as "mini-auschwitzes" imaginadas por Renato J.Ribeiro (Folha,18/02). Se estamos vivendo as invasões bárbaras, que eu possa me assustar e me chocar a cada uma delas, que a nenhuma eu seja indiferente, eu espero.
Memento Mori, "lembre-se que vai morrer", martela a memória afeita aos livros dos existencialistas. Prefiro uma alternativa mais otimista, que não comprometa minhas hora, que não me ate ao fatalismo sedutor. Prefiro lembrar que a vida é breve, e que se dela deixarei apenas curtas memórias para os amigos e alguns megabytes de restos digitais,como fotos e minhas pobres linhas, é melhor que tudo isso seja povoado de satisfação e algum aprendizado.
Memento Mori, "lembre-se que vai morrer", martela a memória afeita aos livros dos existencialistas. Prefiro uma alternativa mais otimista, que não comprometa minhas hora, que não me ate ao fatalismo sedutor. Prefiro lembrar que a vida é breve, e que se dela deixarei apenas curtas memórias para os amigos e alguns megabytes de restos digitais,como fotos e minhas pobres linhas, é melhor que tudo isso seja povoado de satisfação e algum aprendizado.
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