O calor lá fora é impressionante. E a previsão do tempo também, dizendo haver 0% de chance de chuvas, e prevendo 38°C, 39°C para os próximos dias. O laguinho em frente ao Museu já deve estar com aroma de peixe cozido.
Acabei de conversar aqui no Museu com uma Italiana, de Roma, que está visitando o Brasil. Em Salvador, roubaram os óculos dela. Aqui no Rio, em Santa Tereza, roubaram a câmera digital, com um cartão de memória de 1 gigabyte cheio de fotos de Fortaleza, Recife, Salvador e, claro, do Rio. Ela queria comprar um livro de fotos, mas não gostou de nenhum, pois todos eram com fotos muito "turísticas". É claro, ela não vai encontrar, em nenhum lugar, um livro que tenha as fotos como ela gosta de fazer. As fotos dela tinham o gosto pessoal dela, os ângulos, tinham exatamente os lugares que ela viu.
Conversamos longamente, ela elogiou o Brasil, o Rio, o Carnaval, lamentou que vai ficar sem fotos de São Paulo também, para onde ela vai amanhã, pois não pretende comprar outra câmera. Disse que gosta do calor e perguntou se eu conhecia Roma. Diante da minha negativa, observou "Vá a outros lugares, além de Roma, pois já não há mais italianos lá", e fez mais algumas observações sobre o grande número de imigrantes na Itália.
Lamentei muito ter que desaconselhar que ela fosse olhar os jardins projetados por Burle Marx, e recomendar que não andasse a pé pelo Centro hoje. Enfim, é triste, mas não é a toa que o Parque do Flamengo está absolutamente vazio. Imenso, muito verde, e só.
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