Um poço, dentro de outro poço, dentro de outro poço.

Um poço, dentro de um poço, dentro de outro poço. É uma bela ilustração do meu savoir-vivre. O suceder-se de algumas crises de depressão, que me afastam de tudo o que, historicamene, me traz bem-estar se intercala com épocas de maior contemplação e de um certo apaziguar-se com a vida. Até que se avizinhe o crepúsculo de mais uma era de benesse, costumo vagar por platôs mais ou menos conhecidos, mais ou menos ventilados, mais ou menos floridos com as cores que aquietam maus pensamentos.

Apesar da falta de amarras consistentemente físicas, pareço não saber como me virar para não precisar mirar todo o tempo o interior do poço, que sei estar dentro de outro poço, mais ou menos profundo que aquele de onde acabei de sair.

E lá dentro é sempre bem escuro.

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