Atitudes Irritantes

Estava voltando para casa de ônibus e, como sempre, o sono batia bunito. Mesmo morando perto (algumas vezes volto à pé, são 55 minutos), eu sempre dou aquela cochilada no ônibus. Ok, não é seguro, riodejaneiro coisa-e-tal, mas eu durmo mesmo, sem medo. Até porquê ônibus para a Tijuca sempre leva muita gente das comunidade, então já impõe mais respeito. Mas dessa vez não deu para fechar os olhos, graças a um indivíduo aboletado alguns bancos atrás. Segui acordado, e fiquei organizando mentalmente algumas atitudes que me irritam dicumforça no dia-a-dia. Seguem as 6 que lembrei antes de chegar ao meu destino, com a atitude do cidadão muso do post em primeiro lugar:

1) Nextel-palestra: O que são os portadores de Nextel nessa cidade, minha gente? Eu nunca usei um, portanto posso estar sendo muito preconceituoso ou ignorante, mas eu tenho forte convicção que não é necessário deixar o volume daquilo como se fosse um trio-elétrico. Acredito também que dá para manter um diálogo sem precisar ficar levando o aparelho do ouvido à boca e vice-versa a cada vez que se ouve ou que se fala. Mas não, não... as pessoas ficam berrando como se o aparelho fosse surdo, e o aparelho grita, para todo mundo ouvir. Ahn, sem levar em conta aquele apito, que faz as vezes de "câmbio".

2) Gente lerda na calçada ou no shopping: Não, não estou reclamando do shopping em época de natal, eu sei que quem vai nessa época é porquê gosta de calor humano; minha queixa é contra as pessoas na rua, em dias comuns, tipo calçada da Av.Rio Branco às 2 da tarde. Minha senhora, se quer passear, o aterro tá logo ali, ó. Mas não adianta praguejar, lá vão eles e elas, em uma calma zen absolutamente enervante. Se você chega bem perto, beeem perto a ponto de bafejar seus pescoços, eles olham feio e abrem passagem, perguntando: "tá com pressa, é?" Vontade de responder... Não... estava te sarrando mesmo.

3) Ainda sobre lugares cheios: Os desesperados do metrô. O metrô deveria ter um aviso: "Prezado Cliente, vai dar tempo". Talvez até com o inglês tosquinho do next station também, porquê é bizarro demais estar dentro de um vagão cheio com alguém te cutucando e perguntando "vai descer? vai descer?"

4) Ogros. "Menino, come de boca fechada!", juro que me desce uma tia da escola quando estou em algum restaurante e tem aquelas pessoas comendo de boca aberta, falando enquanto comem, com projéteis de arroz sendo lançados em várias direções.

5) Barulhinhos de Filas. Já repararam? Qualquer fila é motivo para aqueles barulhinhos: tsc! tsc! Aquele estalinho com a língua, típico de impaciência. Fila de supermercado é certa de se ouvir alguns estalinhos. Se o papel da impressora acabar, é batata! Fila de banco também, mas fila de banco costuma ser mais hardcore e além dos estalinhos, se ouvem umas assopradas bem intimidantes, que vêm acompanhadas de uns suspiros lá do íntimo.

6) Misteriosos. Quem, como eu, trabalha com público, pode ter dificuldade para se lembrar das pessoas. Ao telefone, então, é uma tarefa ingrata. Mas as pessoas são geralmente tão autocentradas que nem titubeiam, já dizem "oi, boa tarde, sabe se ficou pronto? sabe se chegou? sabe se tá resolvido? E eu lá, imaginando quem será a criatura, o que será que ficou pronto ou chegou... Sei lá se tá resolvido, primeiro diz quem é que está falando, por favor!