"Life After People" é o nome do documentário do History Channel que mostra como a Terra continua sem nós, a humanidade. É uma espécie de "Eu sou a lenda", mas sem zumbis nem o Will Smith, só com o cachorro e os outros bichos. É bem legal e bem-feitinho, com efeitos especiais satisfatórios. Para mim o principal pecado é que, em vez de partir da premissa da morte de todas as pessoas (ainda muito improvável - uma circunstância que haja um evento onde todos e apenas humanos morram de uma só vez), o documentário parte do desaparecimento de todas as pessoas. A lei da conservação da matéria ficava ecoando entre minhas têmporas... Mas apesar disso, que faz o início do documentário bem asséptico, sem todos os nossos cadáveres fedendo até sumir, o filme mostra a impressionante velocidade com que os animais voltam aos seus estados mais instintivos (não vou dizer primitivos porque é politicamente incorreto com os bichos), com cães tornando-se novamente caçadores e com ratos perdendo o bem-bom do convívio conosco. As plantas dominam rapidamente as cidades, assim como fizeram em Angkor, que serve de exemplo para o filme. Pripyat, na Ucrânia, abandonada há 20 anos após o acidente de Chernobyl, também serve como exemplo, mostrando como os animais passam a usar as construções como habitat e como ocorre a corrosão das costruções modernas, de dentro para fora. Esse é o ponto mais curioso do filme: das construções modernas, em algumas centenas de anos, não sobra nadinha. Dos nossos objetos, idem. Dos nossos registros, livros, cd's, dvd's, dados, nada resta. O que ainda deve durar mais alguns milhares de anos são... as pirâmides do Egito, inscrições de hieroglifos em pedras. Ou seja, um antropológo de um futuro distante iria encontrar provas da civilização egípcia...e talvez apenas alguns vestígios da nossa. É interessante dar-se conta que algumas obras "antigas", como pontes e barragens só existem por conta da constante presença e manuntenção humana. E que lugares onde estamos todos os dias, como os subterrâneos do metrô ficariam inundados (no caso de cidades como o Rio, ao nível do mar) em cerca de 3 dias, sem energia e sem pessoas para providenciar a drenagem.
Eu passei a olhar para a cidade com um pouco menos de reverência...
Segue o trailer:
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