Ainda lendo sobre o caso em Santo André, que infelizmente terminou de forma trágica, após ter sido conduzido de forma amadora pela polícia, me deparei várias vezes com a notícia que a moça corria risco de morte. Sim, dá para entender que isso significa que ela corre o risco de morrer. Mais claro impossível. Mas... e a expressão 'risco de vida'? Não é a mesma coisa e muito mais estabelecida? Marcos de Castro já deixou bem explicado em seu "A Imprensa e o Caos na Ortografia" que "risco de morte" é uma invencionice do departamento de jornalismo da Globo, afeito às novidades bonitinhas da escrita. Mas depois disso, comecei a ouvir alguns comentários e ler outros sobre "risco de vida" ser 'errado'. Valha-me, D'us! Imagina se todas as expressões idiomáticas se tornassem erradas pelo fato de não dizerem literalmente o que estão dizendo!
Essa questão me põe minhocas na cabeça! Me deixa com a pulga atrás da orelha!
Quando digo a frase acima, ninguém precisa pensar duas vezes antes de... acertar na mosca: eu fico desconfiado, eu fico cismado com isso. Uma língua sem expressões idiomáticas é como macarrão sem molho: sem graça, sem vida.
Mas, voltando à vaca fria, o que sempre se usou, o que o povo fala é RISCO DE VIDA. Risco de perder a vida, ora bolas! É menos bonitinho que "risco de morte"? Tenha dó!
Não quero ser uma pedra no sapato dos politicamente corretos, nem vou arrancar os cabelos por esse assunto, mas insistir em usar esse tipo de invencionice é inútil, ou, no bom popular, é enxugar gelo.
Segundo a Wikipedia:
Uma expressão idiomática ou expressão popular, na língua portuguesa, é uma expressão que se caracteriza por não ser possível identificar seu significado através de suas palavras individuais ou de seu sentido literal. Desta forma, também não é possível traduzi-la para outra língua de modo literal. Essas expressões geralmente se originam de gírias, cultura e peculiaridades de diversos grupos de pessoas: seja pela região, profissão ou outro tipo de afinidade.
Um comentário:
hahahaha
Luiz, meu amor, eu simplesmente amo as coisas que você escreve.
Beijos de sexta-feira,
Bebel.
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